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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Árbitros protestam em jogos do Brasileirão


Finalmente ocorreu ontem em todo Brasil, uma noite histórica, nas partidas da Série A do Campeonato Brasileiro, aquilo que há muito tempo se esperava dos homens de preto, coragem para lutar por melhorias de trabalho e remunerações dignas comparadas com as dificuldades enfrentadas pela profissão. As manifestações ocorridas nos sete jogos de ontem da Série A do Brasileiro foi tímida é verdade, mas foi à primeira de muitas que certamente vira pela frente e serviu principalmente para mostrar para todos, principalmente para os árbitros a força que eles têm. Basta que se organizem, que não cedam as pressões que muitas conquistas ainda por vir, virão certamente ais rápido do que eles pensam.

Movimento

Mas não pensem que foi fácil não! Não foi só perfilar em campo e erguer a placa antes das partidas. O movimento criou corpo e depois veio crescendo desde o veto da Presidenta Dilma Rousseff ao artigo que beneficiava a categoria com 0,5% dos direitos de televisão na MP 671. Quem acompanha os bastidores da arbitragem sabe da intensa negociação que houve antes do protesto ser colocado em pratica, sabe da persuasão, da pressão aos árbitros exercida pela Comissão de Arbitragem da CBF que defende com unhas e dentes os interesses do patrão e principalmente a exercida em cima dos dirigentes da arbitragem feitas tanto pela Rede Globo que não queria que as partidas fossem paralisadas e da CBF que procurou a todo custo preservar o direito da emissora que paga a conta final do seu principal produto, o futebol.

Segundo informações colhidas pelo Blog do Marçal durante a madrugada com alguns dos árbitros envolvidos no protesto, a paralisação teria sido inicialmente decidida pelos dirigentes do apito com os próprios árbitros para parar as partidas aos cinco minutos de jogo e perfilados ergueriam a placa com o numero 0,5 em sinal de protesto. Mas a suposta reação da TV e da CBF através do dirigente do apito que teria até mesmo feito ameaças de retaliações contra os árbitros que aderissem ao movimento fez com que o comando recuasse e optasse por fazer o protesto antes das partidas como pretendido pela toda poderosa Rede Globo e pela CBF que defendeu sua parceira com a faca nos dentes.

Não foi o protesto ideal? Não foi! Teria sido se feito como inicialmente decidido, mas naquele momento o recuo foi algo inteligente por parte dos dirigentes que temiam o enfraquecimento se houvesse a radicalização. Na tarde desta quinta-feira (13), esta programada assembleias em todo país para que os árbitros decidam os próximos passos do movimento.

Os espinhos

Como em todo movimento que busca por melhores salários e condições de trabalho, tem aqueles que só pensam em si, não adere fazendo o jogo dos poderosos enfraquecendo o movimento. Das dez equipes de arbitragem escaladas para esse meio de semana, somente dois árbitros não quiseram aderir ao movimento e infelizmente os dois do estado de São Paulo, berço histórico das lutas das categorias de classes que trouxeram muitas conquistas aos trabalhadores deste país.

O primeiro, Flavio Rodrigues Guerra, árbitro da partida Internacional x Fluminense, teria colocado empecilhos para aderir ao movimento. Segundo informações, Guerra teria dito que falar em protesto era fácil para os dirigentes, pois eles estariam de fora e nada tinham a perder o que foi prontamente contestado rapidamente por um dirigente da ANAF que teria dito ter história, que fala e faz e que Guerra fizesse o que fosse mais conveniente para ele, pois quando vão para cima dos árbitros não se pensam em nada e sugeriu seguir todos juntos na paralisação ou recuar abortando a estratégica. O dirigente ainda teria dito que criticar a ANAF era fácil e que difícil é ter coragem e atitudes para enfrentar a guerra fazendo um trocadilho com o nome do árbitro paulista.

Guerra então teria informado que um dos assistentes da sua partida, o também paulista Vicente Romano Neto (foto acima), teria dito que não participaria do protesto e recebeu do dirigente o conselho para deixar ele de fora. Depois de refletir, avaliar os prós e contras, Flávio Guerra participou normalmente do protesto perfilando com os demais, exceto Vicente Romano Neto que preferiu não participar como mostra a foto abaixo.


A manifestação serviu para medir o grau de comprometimento de todos os envolvidos e também para separar o joio do trigo mostrando para a categoria, até aqui adormecida,  que eles tem liderança sim, pois esses lideres, principalmente Marco Martins - Presidente da ANAF - e Salmo Valentim - Tesoureiro -  estiveram e estão debaixo de profunda pressão vindas de todos os lados e não se curvaram estando o tempo todo ao lado dos árbitros. Se engana quem pensa que eles não tem nada a perder, tem sim, perdem sono, convívio com familiares, ficam dias fora de casa e sem receber um real sequer para defenderem os direitos de quem não da valor ao que eles fazem, com raríssimas exceções.

Seja qual for o resultado, árbitros e dirigentes já são vitoriosos, pois despertaram para a luta e mostraram para todos a força que eles unido tem. Porém precisam continuar atrincheirados, manter a luta, aumentar as reivindicações se quiser obter conquistas, porque até aqui não conquistaram nada ainda.

Frase: Você não luta por um líder. Você luta pela causa de um líder (Teen Wolf).

Um comentário:

Bene disse...

Nunca vi na minha vida dentro da arbitragem, tantas falsidades, os árbitros tem que parar de aceitar orientações de puros aventureiros, pois se houve um veto com relação a MP que iria aprovar o meio por cento aos árbitros em relação ao direito de arena, isto foi feito pela nossa bosta de presidente Dilma, e não pelos clubes, muitos menos pelas entidades os quais os árbitros prestam serviços, portanto, um absurdo, certo aquele que não se meteu a isto, pois se houver uma paralisação, e uma partida de futebol não for realizada por este motivo, dará direito a equipe que se sentir prejudicada tomar providências cabíveis judiciais a respeito contra os árbitros, isto ninguém viu ou fala, portanto, Srs. árbitros, ponham a mão na consciência, e também não acreditem nas pessoas que dizem que poderão ou irão entrar na Justiça por isso ou aquilo, no sentido de derrubar o referido veto, vão a Brasília protestar na frente do Palácio da Alvorada, aí sim. Benedito Martinho Correia de Oliveira.