Pesquisar este blog

quarta-feira, 16 de abril de 2014


Trabalho jogado no lixo

Federação pernambucana não aguenta pressão, atende clubes, põe arbitragem na berlinda e traz árbitro de outro estado para primeira final do estadual


Na fase decisiva do Pernambucano 2014, o quadro de arbitragem do Estado foi definitivamente para a berlinda. Após vários erros de arbitragem durante o campeonato, a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) não agüentou a pressão dos clubes e optou por trazer árbitro de fora para o primeiro jogo da final entre Sport e Náutico, partida que será disputada nesta quarta-feira, às 22h, na Ilha do Retiro.

O goiano Wilton Sampaio foi sorteado. Elan Vieira e Vladimir Lins, ambos do quadro local, serão os assistentes. O mineiro Ricardo Marques Ribeiro, da FIFA, foi o outro nome que concorreu no sorteio. 

Sorteio que foi bem recebido pela direção do Sport, que há tempos vinha solicitando árbitros de fora. 

"Sempre foi um pleito do Sport. Diante do que vem acontecendo na arbitragem pernambucana, cometendo alguns deslizes, acho que vai ser bom para os dois lados envolvidos. Nós achamos boa a escolha da Federação Pernambucana" - disse o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Gustavo Dubeux.

Já do lado do Náutico o discurso foi bem diferente. O gerente de futebol Lúcio Surubim considerou desnecessária a medida de excluir o quadro local do sorteio. Apesar da declaração de Lúcio, o clube  evitou entrar em polêmica em uma rede social e garantiu não ter 'restrições'.

"Eu não vejo necessidade em trazer árbitros de fora para apitar a partida, sinceramente. Mas nós vamos nos reunir, com o restante da diretoria e o presidente Glauber Vasconcelos para poder conversar sobre o assunto" - disse Surubim.

A decisão confirma uma mudança de postura da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), que até então se recusava a indicar árbitros de fora do estado para os jogos do estadual. A FPF afirmava que não havia possibilidade alguma de trazer árbitros de fora, pois afirmava ter “o melhor quadro de árbitros da história de Pernambuco”.

"O posicionamento da FPF é que as arbitragens serão do quadro de Pernambuco até o final do campeonato. Desde o início a FPF diz que a arbitragem seria local. Não há motivo para trazer árbitro de fora. Quando traz, dificulta todo o trabalho de renovação da arbitragem local", disse Salmo Valentim em 2012 quando era membro sendo que hoje é diretor Institucional da Comissão Estadual de Arbitragem.

Palavras ditas não apenas por Salmo Valentim, mas também pelo mandatário maior da FPF que afirmou que o regulamento não permitia árbitros de fora no estadual.

Não tem a mínima chance de trazermos árbitro de fora de Pernambuco, isso é proibido até pelo regulamento da competição. Trabalharemos com a arbitragem local” - afirmou Evandro Carvalho, presidente da FPF.

Fazendo uma breve leitura no regulamento geral das competições e no regulamento do campeonato nota se que ao contrário do que disse o presidente da FPF, não é verdade que é vetada a vinda de árbitros de fora do Estado. Pelo menos é o que diz o parágrafo primeiro do artigo 33, capítulo 10. 

Confira abaixo.


Ou seja, basta à federação se conveniada com a FPF para que o árbitro venha apitar em PE.

2015 será ainda pior

E as coisas tende a ficar pior ainda, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, ficou tão chateado que ele resolveu radicalizar, disse que a arbitragem vai perder mais espaço em 2015 com a diminuição na quantidade de jogos e que importará árbitros de fora para os clássicos.

A única esperança para a arbitragem pernambucana é que a falta de palavra dos dirigentes que comanda a federação e a arbitragem se faça presente mais uma vez no próximo ano, pois a comissão de arbitragem renunciou em 2013 e voltou atrás e por sua vez, Evandro Carvalho afirmou mais de uma vez que não importaria árbitros. Como podemos notar, compromisso com o que falam não é levado muito a sério pelos dirigentes da terra do frevo!

Opinião do Marçal

Há exato um ano eu estive em Pernambuco para cobrir a final do campeonato estadual entre Sport e Santa Cruz. Na ocasião fui ver de perto a tão elogiada estrutura disponibilizada pela Federação Pernambucana para auxiliar a arbitragem.

A primeira impressão foi a melhor possível, pois tudo funcionou as mil maravilhas. Salmo Valentim, o dirigente que realmente mandava e manda na arbitragem local trabalhou diuturnamente para que os árbitros só se preocupassem com a decisão. Único problema visualizado naquela ocasião e, que poderia colocar tudo a perder era a falta de talentos entre os homens do apito.

Na minha humilde opinião, a FPF assim como as demais federações do país adota critérios errados na escolha dos árbitros. Para eles, os candidatos devem ter boa estatura, cor clara, olhos verdes, boa formação acadêmica, beleza e corpo escultural no caso das mulheres e se possível muito dinheiro ou cargo importante em alguma empresa ou no governo para tirarem proveitos próprios.

Só que o quesito "dom" fica relevado a um plano secundário e o árbitro é formado dentro das salas de aula quando na verdade já deveriam ir pra sala quando já estivessem quase que prontos, apenas para serem lapidados. Os dirigentes deveriam deixar o ar condicionado dos gabinetes e percorrer pelos campos das várzeas e dos campeonatos amadores à procura de árbitros. Quando localizados os bons valores, que investisse pesado disponibilizando bolsas de estudos para aqueles que demonstrassem qualidades para a função assim como se faz com os jogadores de futebol em inicio de carreira. Só assim teremos verdadeiros árbitros de campo e não de laboratório com a maioria da safra atual.


Gilberto Castro (foto acima) tem a maioria desses requisitos fora das quatro linhas e por isso é visto em Pernambuco como “futuro FIFA” segundo os dirigentes da arbitragem local. Apesar de ser um bom moço, com vários cursos superiores, falar algumas línguas, não tem o dom do apito, aprendeu a apitar de forma robotizada e a falta do quesito "dom" era visível para um olhar mais clinico durante aquela final.

O engenheiro Naval Gilberto Castro apesar do ar de antipatia que passa, é até um bom árbitro, mas como a maioria do quadro esta fadado a sempre cometer erros decisivos, erros que vem atormentando a arbitragem pernambucana desde que a bola foi inventada. O erro cometido naquela final quando expulsou sem necessidade o atacante Caça Rato do Santa Cruz foi repetido na partida América-RN 2x1 São Caetano no Estádio Nazarenão, em Goianinha, pela 18ª rodada do Brasileiro da Série B de 2013 quando marcou o famoso pênalti da formiguinha.  Depois desse erro clamoroso, apitou só mais uma partida e sumiu das escalas.

Para dar qualidade à arbitragem, a FPF foi buscar a peso de ouro o árbitro FIFA Sandro Meira Ricci que teria sido expulso do DF por conspirar contra os dirigentes locais. Acontece que Ricci também não tem toda essas qualidades cantada em verso e prosa por alguns que se dizem entendidos em arbitragem. Segundo comentários nos bastidores, o mineiro radicado em Brasília teria conseguido o escudo FIFA não por suas qualidades dentro de campo e sim que teria sido supostamente por outras vias que a censura não permitiria publicar neste espaço por ser acompanhado por menores de idade.

Hoje não há mais unidade nem mesmo entre os membros da comissão de arbitragem pernambucana que andam reclamando em off nos bastidores da atuação de Salmo Valentim. Segundo nos relatou um dos membros, tudo o que eles fazem é alterado por Valentim que é superior e eles na hierarquia da FPF.


E assim o trabalho que era bom foi jogado no lixo com Evandro Carvalho sucumbindo à pressão dos clubes e a comissão de arbitragem sofrendo intervenções lembrando o falecido ex-presidente que interferia dando ordens diretamente aos árbitros antes das partidas conforme confidenciado recentemente pelo árbitro Cláudio Mercante.

Frase: Ninguém é suficientemente competente para governar outra pessoa sem o seu consentimento. (Abraham Lincoln)

Nenhum comentário: