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sexta-feira, 14 de março de 2014

Não deu em nada!

Ato demagogo em Brasília, jogo de cena do TJD-RS e impunidade contra os verdadeiros agressores selam o final de mais um episódio racista no país
Das lagrimas ao sorriso. Márcio Chagas e Tinga posam ao lado de Dilma Rousseff

Após os episódios criminosos contra o árbitro Márcio Chagas e o jogador Tinga que foram vítimas recentemente de ofensas racistas em estádios de futebol, a presidenta Dilma Rousseff recebeu os dois em Brasília em um ato demagogo e sem nenhuma utilidade futura. O encontro foi solicitado pela própria presidente, que segundo informações, queria demonstrar pessoalmente sua solidariedade aos dois, mas no fundo não passou de jogo de cena para angariar popularidade em cima de um tema de alto clamor popular e muito comentado ultimamente.

Infelizmente Dilma contou com a cumplicidade dos dois personagens que pelo largo sorriso que posaram ao lado da presidenta gostaram dos holofotes gerados nos últimos dias pelas ofensas racistas. Pela gravidade das ofensas recebidas deveriam recusar o convite e duvidar da intenção dos políticos que se quisessem agir verdadeiramente aprovariam leis mais rígidas para combater o racismo. Subir a rampa do palácio, posar rapidamente para fotos e dizer frases decorada de efeito padrão esta muito longe de ser solução para um problema que resiste há décadas.

Para corroborar com a impunidade, ontem à noite (13) foi realizado no TJD gaúcho o julgamento sobre as ofensas ao árbitro Marcio Chagas. Foram cerca de quatro horas de muitos holofotes e nenhuma praticidade sendo que o resultado, mas uma vez foi um tapa na cara da sociedade seguindo os mesmos padrões adotados pelo STF em Brasília.

No julgamento esvaziado pela não presença do maior prejudicado, o árbitro Marcio Chagas, o clube (Esportivo) perdeu cinco mandos de campo e terá que pagar uma multa de 30 mil reais, mas o julgamento cabe recurso e quando isso ocorrer, já fora do clamor popular e como sempre acontece nos "tribunais do perdão" financiados pelas federações do país, os mandos devem ser diminuídos e os valores se não zerado, ficara muito próximo disso. Vale frisar que até o presente momento nada aconteceu com os verdadeiros agressores, aqueles que cometeram os atos racistas estão impunes e livres para agirem da mesma forma novamente.

Punir os clubes não tem adiantado muita coisa, pois quem comete atos semelhantes e de violência nos estádios, pouco esta preocupado com as consequências para os clubes. Se a policia com todo poder que tem não consegue manter a ordem nas ruas, como os clubes sem o mesmo poder conseguirá conter os ânimos de milhares de pessoas dentro dos estádios!

Márcio Chagas não compareceu ao julgamento, ato politico em Brasília era mais importante. Marcelo Bertanha Barison testemunhou os fatos no TJD

Essas pessoas vão para os estádios para se aglomerarem e fazerem arruaças. Esse instinto primitivo já começa quando pisam na rua em destino as praças esportivas se juntando em verdadeiras matilhas para como cães ferozes e assassinos agredirem até a morte simples torcedores adversários em pontos de ônibus.

Em nosso país a maioria dos julgamentos é de araque, punem se rigorosamente e depois usam indiscriminadamente as brechas das leis para diminuir e até mesmo extinguir as penas. As “autoridades” usam os abomináveis atalhos das leis para punir de forma branda em vez atacar o problema com todo rigor que merece prendendo e punindo exemplarmente quem comete os atos criminosos. No futebol é mais fácil punir os clubes que pagam por um problema que é da sociedade e ficam de mãos atadas para reagirem do que prender bandidos transvestidos de torcedores que praticam atos de selvageria contra a sociedade. Punição semelhante ocorreu quando os bancos passaram a não permitir à retirada de dinheiro nos caixas eletrônicos a noite devido aos roubos, quando o que deveria ocorrer era a policia prender os ladrões. Nesse caso, os punidos, como os clubes, foi a sociedade que ficou privada de exercer seu direito de fazer as retiradas conforme suas necessidades ficando refém de uma segurança falida e dominada pelas ações dos marginais

A exclusão do time gaúcho cujo torcedores cometeram o ato racista de nada mudaria o cenário atual e futuro, pois no mundo, equipes perdem pontos, são punidas em altas somas e até mesmo rebaixadas e vira e mexe os mesmos problemas voltam a ocorrer. É um problema cultural da sociedade do nosso país e de vários outros espalhados pelo mundo e tem que ser tratado conforme merece, começando dentro de casa, passando pelas escolas, supermercados, logradouros públicos e tem que ser discutido amplamente com coragem pelos setores jurídico, legislativo e governamental. Basta de impunidade! Basta de punições pela metade!

Obs. Se o racismo é um problema da sociedade, a depredação do patrimônio particular do árbitro (seu automóvel) dentro das dependências do clube é problema deste que tem obrigação de dar segurança e terá que arcar com o prejuízo e responder segundo as leis pelo ato praticado.


Frase: "A razão pela qual intolerância, sexismo, racismo, homofobia existem é o medo. As pessoas têm medo de seus próprios sentimentos, medo do desconhecido" (Madonna).

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