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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Reunião esvaziada – Parte l


Amigos leitores, primeiramente quero desejar a todos um excelente 2014. Tenho pouca fé que o cenário vivido até 2013 mude na arbitragem, mas vou rezar muito para que papai do céu de sabedoria e coragem para todos que militam na arbitragem. Sabedoria para não perderem as oportunidades e coragem para lutarem pelos direitos adquiridos em 2013 que certamente não foi o que todos esperavam, mas o que se podia naquele momento. Cabe agora que todos continuem lutando para avançar ainda mais, pois se ficarem sentados esperando que as coisas caiam do céu e se acovardarem temendo represálias certamente nada mudara. Um árbitro sozinho é fraco, é fácil de ser manipulado e engolido pelo sistema, mas todos unidos são muito fortes, somam forças, se solidificam e poderão mudar a história se não para esta, com certeza para as futuras gerações. Parafraseando o presidente americano John Kennedy “Não pergunte o que a arbitragem pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer pela arbitragem”.

Bem, dito isso, quero entrar no ultimo assunto de 2013 relacionado à arbitragem que devido às viagens e festas natalinas de final de ano, ainda não comentei, o 1º Encontro das Entidades de classes e Árbitros de Futebol Profissional da Região Nordeste realizado em Recife entre os dias 21, 22 e 23 de dezembro. Um sucesso pelas ideias e pelos debates entre os presentes, mas um retumbante fracasso já esperado com o boicote de 70% dos árbitros do nordeste. A perda foi grande, o racha na categoria não da para esconder, mas os maiores derrotados desta vez não foram os dirigentes do apito e sim a maioria dos árbitros que boicotaram o encontro a pedidos dos dirigentes das federações.

Sergipe: Boicote sairá caro, Congresso deve ir para outro estado

Esse tema é muito grande e vou dividi-lo em duas partes, a primeira vou falar sobre a saga de um dirigente incansável, que é admirado e respeitado por muitos como eu e contestado por outros tantos que diz que ele vive de discursos. Este dirigente visitou os nove estados do nordeste sendo recebido com desdém em alguns deles. Esse dirigente é Salmo Valentim, tesoureiro da ANAF – Associação Nacional dos Árbitros de Futebol que sonhou um dia unir os árbitros do nordeste.

Na segunda parte vou falar sobre o encontro em Pernambuco, as decisões, as surpresas e as decepções como a do dirigente de Sergipe - Ivaney Alves de Lima - que virou às costas a entidade nacional quando esta sempre acolheu a associação daquele estado mesmo indo contra seu estatuto que não reconhece associações.

A saga

A ideia do encontro em Recife nasceu e foi discutida entre Salmo Valentim e Emerson Sobral  - Presidente do Sindicato dos Árbitros de Pernambuco - ainda no aeroporto quando viajavam para o ultimo Congresso da arbitragem realizado em Belém do Pará.

Salmo Valentim com os árbitros da Bahia

Ficou decidido que Salmo visitaria os estados, debateria ideias e convidaria todos os árbitros para participarem do encontro em Recife. Para que nada fosse feito as escondidas, os presidentes das comissões de arbitragens foram convidados para participarem da reunião que aconteceu em cada estado, mas a ideia principal era que os árbitros da região nordeste – 138 – participassem do encontro local para debaterem ideias entre eles e levassem os problemas e as soluções para o encontro de Recife.

Curiosamente o primeiro estado visitado foi Sergipe, era esperado apoio maciço deste estado, pois o próximo Congresso esta marcado para Aracaju e um anfitrião de um evento tão importante tem que participar ativamente dos debates da classe. 

No dia 13 de novembro Salmo esteve em Aracaju onde se reuniu com árbitros do quadro CBF local.  No dia 14 ele já estava em Salvador e no dia 16 em Alagoas. No dia 18 visitou o Rio Grande do Norte onde comissão e árbitros participaram ativamente com exceção de Ítalo Medeiros de Azevedo que é anti-sindicato onde aparece de vez em quando só para fazer média com o grupo. 

No dia 19 Salmo visitou a Paraíba onde participaram o presidente da comissão e todos os árbitros do quadro nacional local. Lamentavelmente nesta reunião pessoas que não tem compromisso com a arbitragem mostraram a cara e do que eram capazes. Nessa reunião, Salmo teve sua fala gravada sigilosamente e o áudio foi entregue aos dirigentes da FPF e da CBF. No dia 22 a agenda era no Ceará, onde segundo informações, os árbitros se recusaram a participar da reunião em um hotel de Fortaleza porque a comissão estadual não tinha autorizado. A reunião foi realizada então no meio da rua durante uma atividade física dos árbitros. Por atitudes como essa é que nesse estado, a federação não respeita os árbitros e supostamente não estaria pagando as taxas em dia e muitas delas estariam atrasadas há mais de três anos. Os árbitros merecem!

Paraíiba: Reunião gravada e entregue aos dirigentes da FPF e CBF

Fechando os estados, no dia 05 de dezembro, Salmo visitou o Piauí e no dia 06 o Maranhão. Com exceção dos três últimos estados que o trajeto foi aéreo, os demais foram realizados com o carro particular de Valentim, ele rodou mais de três mil quilômetros e com todas as despesas saindo do seu bolso.

O intuito de tudo isso era fazer com que 138 “árbitros” do nordeste discutissem e se propusessem a ir a Recife para junto com os demais colegas da região, discutirem a arbitragem.

Desde o primeiro estado visitado por Valentim as informações que chegavam não eram boas, dirigentes de federações irritados pressionavam os árbitros para não irem ao encontro com o tesoureiro da ANAF e nem a Recife e a maioria dos árbitros e dirigentes do apito arrumaram desculpas para não comparecerem. 

Teve uns que alegaram não ter passagem esquecendo que Salmo Valentim viajou três mil quilômetros de carro próprio e sem reclamar. Teve outros que alegaram viagem com a família para não comparecer. Mas nós, eu e você que me lê, sabemos que se as passagens aéreas e as estadias no hotel fossem gratuitas, todos os 138 árbitros e mais os dirigentes convidados estariam no hotel independentemente de data e pressão vinda das federações. Assim é nos Congressos onde a maioria dos dirigentes entram mudos e saem calados, eles podem não contribuir para os debates, para o avanço necessário da categoria, mas aproveitam bem a viagem para conhecer novos lugares e fazer turismo a custo da arbitragem.

Fortaleza: Desdem e boicote dos árbitros com reunião no meio da rua

Na semana que vem eu conto como foi a reunião em Recife, vou mostrar a ata, os ofícios enviados, a lista dos convidados, dos que estiveram presente e dos que não estiveram. Vou mostrar as propostas debatidas, os valores e as decisões tomadas em votações. Uma delas pode e deve mudar o local do próximo congresso e a outra impede que árbitros trabalhem em outros estados nos estaduais.

Até lá!

Frase: “Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos”. (Bezerra de Menezes)

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