Pesquisar este blog

terça-feira, 23 de abril de 2013

Nicolás Leoz anuncia saída da Conmebol. Já vai tarde!



Uma noticia para se comemorar, Nicolás Leoz finalmente anunciou hoje (23), a sua saída da presidência da Conmebol, cargo que ocupa há 27 anos. O paraguaio de 84 anos tem sérios problemas cardíacos e já foi submetido a quatro cirurgias no coração. Em uma delas, em novembro do ano passado, passou por cirurgia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo para corrigir uma obstrução em uma de suas artérias. 

Por conta do quadro clinico e atendendo a recomendações medica o moribundo dirigente deu a entender que renunciará na próxima terça feira, dia 30 de abril. Para isso, ele já teria convocado uma reunião com os presidentes das dez federações filiadas onde colocará os motivos que o levaram à renúncia. Ela só será oficializada caso haja consenso entre todos os dirigentes. Vamos rezar para que isso aconteça e que o dirigente que bajulou e foi bajulado, abra espaço para novas lideranças.



Durante seu reinado (1986/2013), o futebol Sul-americano viveu tempos da idade da pedra, com irrisórias cotas de participação revertidas para os clubes, com a impunidade dentro e fora dos gramados tendo ultrapassando todos os limites, onde por diversas e repetidas vezes foi noticiada no mundo, cenas patética de policiais segurando escudos para jogadores cobrarem escanteios ou protegendo a arbitragem. Cenas de ônibus das delegações sendo apedrejados nas cercanias e entradas dos estádios com a total conivência da entidade sul-americana que fechava os olhos não punindo os infratores.



A Conmebol de Leoz sempre priorizou o lado financeiro em detrimento do técnico, pois permitiu em seus campeonatos a participação sem critérios de equipes sem qualidade técnica que utilizam de verdadeiros currais como campo de futebol. Já na parte disciplinar dentro de campo, premia os jogadores que abusam da violência não os punindo com suspensão cobrando 100 dólares de multa por cada cartão amarelo recebido para engordar ainda mais o caixa e manter o luxo da nova sede construída a peso de ouro, de muitas contusões de jogadores e até mesmo de morte de torcedores.

A carreira

Nicolás Leoz Almirón nasceu no dia 10 de Setembro de 1928 no pequeno município de Pirizal que fica no Chaco Paraguaio (Região semiárida), cerca de 80 km da capital Assunção. O filho do espanhol Gregório Leoz Latorre e da paraguaia Patron Almirón Bogarín, passou sua infância no complexo industrial de Carlos Casado, perto do rio Paraguai, Puerto Casado hoje é conhecido como Puerto La Victoria. Por conta do cargo que ocupa, em 2008 recebeu a cidadania colombiana.

Foi jornalista esportivo na década de 40/50 e formou-se advogado em 1957, então com 29 anos. Foi também professor de historia e diretor da empresa de alumínio e agropecuária.

Antes de chegar à presidência da Conmebol, foi presidente do Tribunal de Justiça da  Confederação Paraguaia de Basquetebol (57 a 77), presidente do Club Libertad (68 a 77) e presidente por duas vezes da Associação Paraguaia de Futebol (71 a 73 e 79 a 85).


Todos os presidentes da Conmebol

De 1980 a 1986 foi vice-presidente da Conmebol, tendo assumido a presidência em 01 de maio de 1986 substituindo o já falecido peruano Teófilo Salinas Fuller que estava na presidência desde 1966. Desde então, Leoz foi reeleito por seis mandatos consecutivo, sendo o ultimo em fevereiro de 2006. 

Denuncias de corrupção

Em novembro de 2010 foi acusado pelo jornalista inglês Andrew Jennings na rede de televisão BBC de Londres de ter recebido subornos na década de 1990 sobre contratos para a venda de direitos de televisão para a Copa do Mundo.
  

Andrew alegou ter obtido um documento confidencial da empresa ISL que mostrou que foi pago a Leoz pela empresa a quantia de 730.000 dólares americanos. A ISL ganhou o contrato para a distribuição dos direitos de televisão e o dirigente não respondeu às acusações. 

Mudanças

Como prenuncio das mudanças, a Conmebol tem adotado outra postura mais condizente com a realidade desde o inicio deste ano. Criou finalmente o tribunal de penas que tem aplicado punições para moralizar o futebol no continente, se bem que foram complacentes demais ao praticamente extinguir a pena aplicada ao Corinthians quando aceitaram a pressão exercida pela CBF. 


O Jovem Kevin foi assistir uma partida da Conmebol e saiu assim do estádio

Nesse caso, a vida do jovem Kevin Douglas Beltrán Espada morto dentro de um estádio, teve menos valor que um punhado de dólares arrecadados no amistoso vergonhoso entre a seleção do Brasil e da Bolívia.

Legado

Pelo atraso imposto ao futebol sul-americano, pela falência dos clubes e enriquecimento da Conmebol, pela violência dentro e fora dos gramados eu digo: Já vai tarde!

Frase: "O continuísmo é sombra do comodismo à luz da sabedoria". (Thimer)

Nenhum comentário: